29/01/2021 13:25 | NOTÍCIAS
A pandemia do novo coronavírus, sem dúvida, impactou o mundo de vários modos, com uma sobrecarga ainda maior na saúde mental da população. Para lidar melhor com esse momento de restrições e medos, algumas pessoas procuraram aplicar o seu tempo em atividades que aliviassem o estresse emocional e promovessem bem-estar. Muitas optaram pelo cultivo de plantas, outras realizaram pequenas reformas em casa ou buscaram foco na prática de atividades físicas e alimentação saudável. Tudo para manter o equilíbrio diante do momento de incertezas.
Mas para quem já apresentava um quadro de ansiedade ou depressão, a consequência da pandemia foi sentir o aumento dos sintomas. Dados relevantes apresentados pelo Ministério da Saúde sobre a saúde mental do brasileiro, em 2020, revelaram que 86,5% das pessoas ouvidas sofriam de ansiedade, 45,5% de transtorno de estresse pós-traumático e 16% de depressão grave.
Além do sofrimento inerente a esses transtornos, muitas vezes, o preconceito dificulta a busca por ajuda qualificada. “Ainda se tem muito preconceito com relação a procurar um psicólogo ou psiquiatra. Por isso, a campanha Janeiro Branco vem fortemente alertando sobre a necessidade de cuidarmos da nossa saúde emocional”, afirmou a psicóloga do Medplan, Ana Cláudia Silva Carvalho (CRP 21ª/01695).
Para a profissional, a terapia tem um papel importante na recuperação integral do indivíduo. “Um tratamento acompanhado de um especialista ensinará o paciente a reelaborar e ressignificar todas essas mudanças de rotina; assim como também, desenvolver estratégias de enfrentamento para essas emoções desconfortáveis”, destacou.
Quando procurar ajuda profissional?
Alguns sinais trazem um alerta de que é preciso buscar ajuda de um especialista na área da saúde mental. Dentre eles estão sintomas como distúrbios do sono, alterações na alimentação e no humor, tristeza profunda, entre outros. “A procura pelo médico se dá a partir do momento em que a pessoa tenha um elevado nível de ansiedade, depressão ou algum sentimento ou comportamento que interfira nas atividades diárias”, ressalta Ana Cláudia.
Além dessas alterações comportamentais, o corpo também revela sinais de ansiedade que, muitas vezes, podem ser confundidos com outras patologias como falta de ar, palpitações, suor excessivo, tensão muscular, dor de barriga, tontura e vários outros.
Segundo ainda a profissional, a pandemia apenas reforçou a importância do autocuidado, de olhar mais para si e entender o que se sente e o que se pensa. “Por isso, campanhas como o Janeiro Branco são fundamentais para disseminar informações importantes sobre os cuidados com a saúde mental. Ela serve de alerta, de quebra de rótulos, de preconceitos e de conscientização da sociedade para cuidar da saúde emocional”, finalizou.
Ascom
Imagem: Psicóloga Ana Cláudia Carvalho (arquivo pessoal)